Estamos chegando com os dados, sem enrolação, para pintar o cenário. De acordo com o IBGE, as mulheres ganham, em média, 20% a menos que os homens ao ocuparem os mesmos cargos.
Segundo os dados do Instituto, enquanto um homem ganha, em média, R$2.306 reais, as mulheres recebem R$1.764 reais.
Também de acordo com a 15ª edição da International Business Report (IBR) — Women in Business 2019 —, o Brasil ocupa o 10º lugar entre os países com mais mulheres na liderança. Porém, mesmo dessa forma, esse número ainda não é algo satisfatório ou que mereça destaque. Só para ter uma ideia, apenas 25% dos cargos de liderança são ocupados por elas, contra 29% na média global.
Além disso, a pandemia causou um strike nos empregos femininos, derrubando a participação de mulheres no mercado de trabalho a 45,8% no terceiro trimestre de 2020. Este foi o nível mais baixo desde 1990, segundo dados mais recentes divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O fechamento de escolas e creches também afetou fortemente as mulheres.
Com esses dados postos na mesa, fica evidente que ainda existem muitos desafios para as mulheres no mercado de trabalho. Por isso, neste Dia Internacional da Mulher, vamos pontuar quais são essas questões que as empresas precisam desconstruir e superar o quanto antes.
Luta por espaço e reconhecimento
Mesmo com um cenário complexo e desigual, as mulheres lutam todos os dias para terem mais espaço e reconhecimento. Afinal, o seu potencial para atuar no mercado de trabalho é enorme! É preciso ainda pensar no potencial de desenvolvimento que a sociedade como um todo perde com mulheres fora do mercado de trabalho, pois são talentos forçados a serem improdutivos.
Segundo estudos realizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil conseguiria expandir sua economia em até R$ 382 bilhões ao longo de oito anos, caso aumentasse em 1/4 a quantidade de mulheres no mercado de trabalho até 2025. A expectativa é de que 5,1 milhões de mulheres entrariam para o mercado de trabalho se o Brasil expandisse 5,5 pontos percentuais.
Ter grandes exemplos de mulheres no mercado de trabalho é fundamental, mas falar sobre os benefícios que elas trouxeram para esse cenário também. Conheça os principais:
- empresas com pensamentos mais diversos;
- criatividade para cumprir as demandas;
- inovação para solucionar as tarefas;
- geração de R$ 382 bilhões na economia brasileira;
- aumento do PIB nacional em 3,3%.
Mais do que benefícios para o cenário trabalhista, as mulheres mostram que a sua presença nesse mercado faz a diferença.
Para as empresas, essa mudança de cultura vai além de propor processos seletivos igualitários, sem distinção de gênero ou, ainda, do fato da mulher ser mãe ou não.
Porque quando as organizações dão o primeiro passo para mudar esse cenário, elas começam a desconstruir o machismo e, dessa forma, criar espaços saudáveis e seguros para que mais mulheres possam explorar seus potenciais.
Qual o maior desafio da inserção das mulheres no mercado de trabalho?
A qualificação profissional ainda é um dos maiores desafios enfrentados quando o assunto é geração de renda para mulheres, como indica um estudo do Ipea.
A obrigatoriedade da jornada dupla e as desigualdades relacionadas ao gênero acabam por fazer com que atrasem ou, até mesmo, deixem a vida acadêmica de lado para cuidar de obrigações que lhes são, geralmente, impostas socialmente.
Atuação em áreas conhecidas como “masculinas”
Apesar disso tudo, é fato que as mulheres avançaram significativamente no mercado de trabalho e que as empresas já têm se conscientizado a respeito do assunto com o objetivo de promover um ambiente de igualdade de gênero.
Foi em 1970 que as mulheres começaram a entrar com mais força no mercado de trabalho, exercendo profissões importantes para o desenvolvimento da sociedade.
Elas eram, em grande parte, costureiras, professoras e funcionárias do comércio.
Se antigamente ser mulher significava trabalhar dentro de casa, apenas nos afazeres domésticos, hoje a frase “ela pode ser o que quiser” ganha proporções cada vez maiores. As mulheres estão em muitas áreas tipicamente “masculinas”, como TI e outras.
A chegada das mulheres no mercado de tecnologia
Há muito tempo, a tecnologia é uma indústria em que as mulheres estão sub-representadas, mas a boa notícia é que isso está finalmente mudando. No geral, o número de mulheres na Tecnologia da Informação está crescendo a cada ano.
É o caso, por exemplo, da CEO do YouTube, Susan Wojcicki, uma das mulheres mais influentes na TI da atualidade. Outro exemplo é Ursula Burns, CEO da Xerox e primeira mulher negra a conquistar esse posto no setor americano.
Elas e tantas outras provam todos os dias que é possível obter sucesso em uma esfera até hoje dominada por homens e são referenciais para que outras mulheres se interessem pelo ramo.
Uma reflexão fundamental
Mas, se as mulheres na TI obtiveram tantos feitos ao longo da história, por que ainda existem tão poucas delas atuando nesse campo? – Pedimos aqui minutos de reflexão como sugestão.
Por muito tempo, acreditou-se, histórica e subconscientemente, que profissões ligadas às ciências exatas combinam mais com homens e que eles teriam melhores habilidades que as mulheres nesse campo.
Parece absurdo, mas acontece ainda hoje. Nossa cultura ainda não se desvinculou de questões de “expectativa de gênero”.
Se a criança nasce menina é cercada do universo da delicadeza, do cuidado, no qual é permitido ter sensibilidade, o que a estimula a se identificarem com as ciências humanas em detrimento das exatas.
Durante muito tempo, os computadores e videogames foram projetados e direcionados para o público masculino, enquanto as mulheres não eram incentivadas a explorar esses objetos.
Um outro motivo para encontrarmos poucas mulheres na TI é a insegurança gerada por um ambiente machista que as desacredita já em sua capacidade.
#RoostDelas
Empresas também são parte importante para a construção da paridade de gênero no mundo e para a mobilização dos meios necessários para constituir uma parceria global revitalizada, em atenção à Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, compromisso do qual somos signatários.
As colaboradoras da Roost uniram-se em prol da ação ROOST DELAS. Durante toda a semana da mulher, nossas redes sociais serão tomadas por um conteúdo informativo produzido 100% por mulheres, com objetivo de empoderar e promover a igualdade de gênero em toda a cadeia de valor da empresa, para levar nossos princípios para fora.
Além disso, ressaltamos que temos disponível um Canal de Denúncia em parceria com a Contato Seguro está sempre de ouvidos abertos. A plataforma de gestão do Canal de Denúncias entrega, de forma clara, todos os dados relativos às denúncias, de forma organizada e precisa. Isso facilita tremendamente a gestão e a apuração dos casos. Saiba mais https://www.contatoseguro.com.br/pt/#como-funciona
Todos os usuários do canal, sejam colaboradores, terceiros, qualquer parte interessada ou stakeholders em geral não serão identificados em nenhuma hipótese, se assim desejarem. O anonimato e o sigilo estarão sempre garantidos, confirmando-se ou não as denúncias apontadas.
A ação Roost Delas não acontecerá apenas na Semana da Mulher, mas será instituída a partir de agora, tratando-se de um comitê em que a evolução das mulheres e suas dificuldades dentro e fora da empresa serão discutidas com periodicidade ou sempre que for necessário para que ações sejam feitas.
Os tempos atuais são de luta pelo reconhecimento e empoderamento feminino. E nós estamos junto a elas.